Por: Jairo Alves
A Confederação do Equador foi um
movimento separatista, que ocorreu no início do século XIX, em que alguns Estados do Nordeste juntaram-se em torno de
Pernambuco, para criar um novo país, independente do restante do Brasil. Uma República confederada de Estados Nordestinos, independente do então Império Brasileiro. O conflito possuía raízes em movimentos anteriores, como a
Revolução Pernambucana de 1817, que tinha caráter republicano.
Dois lideres insatisfeitos com a
implantação da constituição de 1824, a primeira constituição do Brasil, que foi
obra de D. Pedro I, que alguns dias antes havia fechado a assembléia
constituinte, essa medida do imperador causou indignação em varias províncias
do Império. No Nordeste Cipriano Barata e Frei Caneca delatavam o golpe dado
pelo imperador, denunciando a nova Constituição como “anti-liberal” e despotismo do Imperador.
Frei Caneca criticava o Poder Moderador
(exercido por D. Pedro I, este poder lhe concedia poderes para interferir no
Executivo, Legislativo e Judiciário) e era contra a “intromissão do imperador
nas questões políticas das províncias”. Com a Independência alguns Estados
achavam que o novo governo, representado pelo império, teria caráter
federativo, onde as províncias teriam autonomia para resolver seus conflitos
internos sem a intervenção da capital do império.
Com a frustração diante das medidas do
imperador, Paes de Andrade proclamou a Confederação do Equador, que tinha como
inspiração a república norte-americana. A insurreição teve participação popular
às chamadas “brigadas populares”; mulatos, pretos libertos e militares de baixa
patente, no entanto, a elite que promoveu o movimento não trouxe soluções
concretas para os problemas da população carente. O radicalismo instaurado pelas camadas
populares, junto à proibição do trafego de escravos, foi responsável pela perda
do apoio dos latifundiários, que era essencial para o movimento.
A participação do Ceará na Confederação
do Equador devesse a dois aspectos; primeira a subordinação da capitania do
Ceará a capitania de Pernambuco que durou de 1656 á 1799, e outro aspecto foi a
influência da família Alencar na região do Cariri.
Com a implantação da Constituição de
1824 e a dissolução da Assembléia Constituinte, várias províncias do Nordeste
ficaram insatisfeitas com essa medida autoritária do Imperador, sendo Pernambuco
a principal delas. Logo algumas vilas do Ceará também se mostraram
insatisfeitas como Quixeramobim, onde é declarada a República com José Pereira
Filgueiras no comando das Armas. Outras províncias também se mostraram contra a
nova constituinte como Crato, Aracati e Icó.
Uma junta presidida pelo Padre Francisco
Pinheiro Landim, que estava no comando da província, mostrou sua insatisfação
com as medidas de D. Pedro I através de um oficio dirigido, ao mesmo, onde a junta
repudia suas ações.
Com a nomeação de Costa Barros para
presidente da província do Ceará, a junta provisória é deposta, e inicia-se a
luta da elite local para retomar o poder.
Assim, com a deposição do Governo
Provisório os Filgueiras procuram arregimentar forças para conspirar a queda de
Costa Barros. Este faz pronunciamentos que deixam a população descontente, sem apoio popular e com a pressão por parte dos Tristãos e Filgueiras, Costa Barros
demitiu-se da presidência da província.
Com a saída do poder de Costa Barros, a
oposição organiza um governo rebelde chefiado por Tristão Gonçalves de Alencar
Araripe e José Pereira Filgueira que reinicia as relações com Pernambuco. A
província de Pernambuco era o foco irradiador da confederação, era ela que
fornecia armas, oficiais estrategistas para o Ceará, além de uma tipográfica
responsável pela impressão do primeiro jornal do Ceará.
A Republica no Ceará se consolida em 26
de agosto, em um Grande Conselho formado por 405 eleitores mais influentes da
província.
No entanto a repressão imperial se fez
em 12 de Setembro quando o brigadeiro Luis Alves de Lima e Silva subjugou os
rebeldes e restabeleceu o comando da província de Pernambuco ao poder imperial.
Os lideres rebeldes fugiram ou foram capturados e condenados a morte.
Alguns lideres da revolução quando da
chegada das tropas imperiais se renderam e outros traíram os ideais
revolucionários ajudando a derrubar a república que eles próprios ajudaram a
criar, como José Félix de Azevedo e Sá e Luis Rodrigues Chaves.
Concluímos, que o movimento
revolucionário no nordeste foi um movimento de classe, onde os “elementos
dominantes” usaram a população para defender seus interesses e não o interesse
do povo, inexistindo projetos de mobilização social.
Fonte: ARAÚJO, Maria do Carmo R. A
participação do Ceará na Confederação do Equador. In: SOUZA, Simone
(Org). História do Ceará. Fortaleza: Fundação Demócrito Rocha,
1995.
Poderia ser resumido
ResponderExcluirMuito boa leitura. Valeu.
ResponderExcluirMuito bom.ajudou no meu dever de historia.obrigado😁
ResponderExcluirMe ajudou muito 😁😁
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